A poucos dias do início da COP30, conferência climática que será sediada em Belém (PA) em 2025, o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou a comentar temas ambientais envolvendo o Brasil. Durante um discurso em um evento político, Trump afirmou que “grande parte da Amazônia foi destruída para a construção de uma enorme rodovia”, sem citar fontes ou especificar a qual obra se referia.
A declaração repercutiu rapidamente nas redes sociais e gerou reações de ambientalistas, especialistas em infraestrutura e representantes do governo brasileiro. Técnicos ouvidos por veículos internacionais afirmam que não há registros recentes de desmatamento em larga escala para construção de uma rodovia única com impacto significativo em todo o bioma, embora inúmeras estradas — legais e clandestinas — estejam associadas à expansão do desmatamento em áreas isoladas da Amazônia.
O Ministério do Meio Ambiente não citou Trump diretamente, mas divulgou nota reforçando que os índices oficiais de desmatamento vêm caindo nos últimos anos, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A nota também destacou que o governo pretende apresentar na COP30 ações de monitoramento por satélite e programas de recuperação de áreas degradadas.
Especialistas afirmam que afirmações imprecisas sobre o bioma amazônico ganham repercussão internacional devido à relevância da floresta no equilíbrio climático do planeta. Organizações ambientais alertam que desinformação sobre o tema atrapalha negociações ambientais e cria tensões diplomáticas.
Nos Estados Unidos, a fala de Trump também repercutiu. Analistas avaliam que o ex-presidente tenta reforçar críticas a acordos ambientais internacionais em um momento de disputa eleitoral interna. Sua campanha tem utilizado temas ambientais para mobilizar setores contrários a políticas de redução de emissões e regulação climática.
Com expectativa de receber dezenas de chefes de Estado e milhares de pesquisadores, ativistas e representantes de ONGs, a COP30 deve colocar novamente a Amazônia no centro do debate mundial. Enquanto isso, governos e instituições científicas afirmam que continuarão divulgando dados técnicos para combater informações imprecisas sobre o bioma.

