São Paulo, 15 de agosto de 2025 – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, foi alvo de protesto durante sua palestra na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), na noite desta sexta-feira, 15. O evento, voltado aos impactos da inteligência artificial nas relações de trabalho, foi marcado pela manifestação de lideranças sindicais contrárias à chamada “pejotização” — transferência de vínculos trabalhistas da CLT para pessoa jurídica.
Manifestação silenciosa, mas expressiva
Segundo relatos, um grupo de sindicalistas entrou no Salão Nobre com faixas ostentando frases como “pejotização é fraude”, “eu digo não à pejotização”, “STF não rasgue a Constituição” e “somos trabalhadores e não parasitas” . Embora tenham mantido silêncio durante a apresentação, os manifestantes exibiram os cartazes de forma firme e visivelmente simbólica .
Diálogo e resposta institucional
Após o término da palestra, o ministro Barroso conversou com o grupo — conforme nota oficial do STF, ele ouviu as preocupações dos sindicalistas, questionou sobre sua rotina de trabalho e recebeu um manifesto em defesa dos direitos trabalhistas e da dignidade humana .
Barroso frisou na palestra que o STF analisará em breve os processos que tratam da pejotização, atualmente suspensos em todo o país. Segundo ele, alguns segmentos do mercado de trabalho simplesmente não se enquadram nos moldes tradicionais da CLT. Destacou que muitas ocupações, especialmente de motoristas e entregadores de aplicativos, demandam “flexibilidade” em vez da tradicional “subordinação” típica da legislação trabalhista .
Contextualização
A atuação sindical, ainda que silenciosa durante o evento, deixou evidente a preocupação de trabalhadores com o que consideram precarização das relações laborais. A pejotização é vista como uma alternativa formal que, segundo críticos, pode reduzir garantias sociais, direitos trabalhistas e proteção normativa.
Conclusão
A manifestação registrada durante a palestra de Luís Roberto Barroso na USP tornou-se emblemática do atual debate sobre as transformações nas relações de trabalho, especialmente diante da crescente tecnologia e das novas demandas do mercado. O episódio reforça não apenas a tensão institucional em torno da pejotização, mas também o diálogo que setores organizados da sociedade civil buscam estabelecer com o Judiciário.

