Datena revela que votará em Boulos: "Para combater o crime organizado"

Caio Tomahawk
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Em São Paulo, o apresentador e candidato do PSDB, José Luiz Datena, declarou seu apoio a Guilherme Boulos, candidato do PSol, no segundo turno das eleições para a Prefeitura da cidade. A declaração foi feita por meio de um vídeo publicado pela Folha de S. Paulo, no qual Datena expressou suas preocupações com a atuação do crime organizado na capital paulista. “Contra a infiltração do crime organizado em São Paulo, contra a infiltração do crime organizado no poder público, eu apoio o Boulos”, afirmou Datena, destacando a necessidade de combater a criminalidade que, segundo ele, afeta não apenas a cidade, mas também o estado de São Paulo e o país como um todo. “Eu voto no Boulos para parar com essa criminalidade que torna a cidade de São Paulo, que torna o estado de São Paulo, que torna o país refém do narcotráfico. Nós não queremos isso, por isso eu apoio o Boulos para o segundo turno de São Paulo. Vote com ele, vote contra o crime”, concluiu o apresentador.

A decisão de Datena surpreendeu muitos analistas políticos, considerando seu histórico como apresentador de programas policiais, nos quais frequentemente critica a segurança pública e defende ações mais rígidas no combate à criminalidade. Mesmo após encerrar sua participação na disputa pela prefeitura em quinto lugar no primeiro turno, com apenas 1,84% dos votos, ele continua exercendo influência significativa sobre uma parcela do eleitorado paulistano. A manifestação pública de apoio ao candidato do PSol demonstra uma mudança na estratégia de Datena, que parece ter optado por priorizar uma aliança em torno do tema da segurança pública e do combate ao crime, mesmo com diferenças ideológicas evidentes entre ele e Boulos.

Além de Datena, outros candidatos que participaram do primeiro turno também declararam apoio aos finalistas. Tabata Amaral, do PSB, que ficou em quarto lugar com 9,91% dos votos, também manifestou seu apoio a Guilherme Boulos. Ela ressaltou a importância de uma gestão que olhe para as necessidades sociais da cidade e defendeu a candidatura do psolista como a mais alinhada com as pautas que ela defendeu durante sua campanha. Tabata afirmou que Boulos tem o compromisso de combater as desigualdades sociais que, segundo ela, têm contribuído para a escalada da violência e da criminalidade em São Paulo.

Por outro lado, o terceiro colocado no primeiro turno, Pablo Marçal, do PRTB, com 28,14% dos votos, optou por apoiar a reeleição de Ricardo Nunes, do MDB, que terminou o primeiro turno como líder, alcançando 29,48% dos votos válidos. Marçal justificou seu apoio a Nunes com base na continuidade das políticas já implementadas e na defesa de uma administração que, segundo ele, tem promovido avanços importantes na infraestrutura da cidade e no combate à corrupção. A aliança com o atual prefeito representa, para Marçal, um compromisso com a estabilidade administrativa e com a preservação de um modelo de gestão que ele acredita ser eficiente para a cidade.

A disputa entre Nunes e Boulos promete ser acirrada, embora as pesquisas de intenção de voto apontem uma vantagem significativa para o atual prefeito. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada na última quinta-feira, 10 de outubro, Nunes aparece com 55% das intenções de voto, enquanto Boulos registra 38%. A margem entre os dois candidatos, de 17 pontos percentuais, indica que Boulos precisa atrair uma parte significativa do eleitorado de outros candidatos, além de aumentar sua penetração entre os eleitores indecisos, para ter chances reais de vitória no segundo turno.

Especialistas apontam que o apoio de figuras conhecidas como Datena e Tabata Amaral pode ajudar Boulos a ampliar sua base e conquistar eleitores que se preocupam com a questão da segurança pública, um tema central nesta eleição. No entanto, a campanha de Boulos terá o desafio de convencer esses eleitores de que ele é a melhor opção para combater a criminalidade de forma eficaz, ao mesmo tempo em que promove políticas sociais que busquem reduzir as desigualdades que, de acordo com ele, são raízes da violência urbana.

Enquanto isso, Ricardo Nunes aposta na continuidade de seu trabalho à frente da prefeitura, destacando realizações e projetos em andamento que, segundo sua campanha, já estão trazendo resultados positivos para São Paulo. A estratégia de Nunes é manter sua base sólida de eleitores e garantir que seu índice de rejeição permaneça baixo, o que pode ser crucial para assegurar sua reeleição. 

O cenário ainda está em aberto, com ambos os candidatos buscando fortalecer suas bases e atrair novos apoiadores nas semanas que antecedem o segundo turno. A mobilização dos partidos e o impacto das próximas pesquisas de intenção de voto serão fatores decisivos para definir o rumo da eleição. As alianças e declarações públicas de apoio, como as de Datena, terão um papel fundamental na definição das estratégias dos candidatos e na tentativa de conquistar o voto dos eleitores indecisos, que serão determinantes para o resultado final. 

Nos próximos dias, a expectativa é de que os debates e os programas de televisão se intensifiquem, com os candidatos buscando confrontar ideias e projetos para a cidade, oferecendo ao eleitorado a oportunidade de avaliar suas propostas de maneira mais clara antes de tomar uma decisão final nas urnas.



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