Na última quinta-feira (14 de agosto de 2025), o Paraguai e os Estados Unidos firmaram um acordo estratégico em Washington, D.C., com vistas ao enfrentamento do crime organizado, terrorismo e imigração irregular na região da Tríplice Fronteira — ponto de confluência entre Paraguai, Brasil e Argentina .
Segundo o ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, a iniciativa inclui a criação de um centro antiterrorista em Assunção, com uma base operacional estrategicamente localizada no lado paraguaio da fronteira. A proposta recebeu apoio direto do FBI, sendo que 15 policiais paraguaios já foram treinados pela instituição norte-americana para atuar no combate ao Hezbollah e ao crime organizado na região da Tríplice Fronteira .
Riera destacou a consideração formal do Hezbollah como organização terrorista, não apenas restringida a combatentes armados, mas abrangendo todos os seus integrantes. O reforço na segurança conta ainda com treinamento adicional fornecido pelos Carabineros do Chile e pela Polícia Nacional da Colômbia .
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que participou da assinatura do acordo, contextualizou a decisão como uma resposta à ameaça crescente dos cartéis de drogas na região, alguns associados a redes narcoterroristas que operam inclusive no espaço aéreo internacional e em águas marítimas — fluxo que representa perigo também para os Estados Unidos .
De acordo com informações divulgadas pelo jornal La Nación, o projeto envolverá a construção de um complexo militar com aproximadamente 120 militares, dotado de armamento avançado e infraestrutura tecnológica. O investimento previsto é da ordem de 10 bilhões de guaranis (cerca de R$ 7 milhões), destinados à construção, equipamento e logística .
Contexto regional e desafios
A Tríplice Fronteira — especialmente a região de Ciudad del Este, na divisa com Foz do Iguaçu (Brasil) — já era historicamente vista como ponto sensível de atuação de redes de crime organizado, facções criminosas (como o PCC) e até suspeitas de financiamento ao terrorismo .
Destaques do acordo:
- Cooperação bilateral reforçada: atuação conjunta na análise de pedidos de asilo e estratégias de segurança .
- Centro antiterrorista com base operacional na fronteira: apoiado pelo FBI, incluindo agentes paraguaios já treinados .
- Objetivo ampliado: além do Hezbollah, o centro atuará no combate ao crime organizado, dada a interligação com o terrorismo .
- Investimentos e estrutura: complexo militar preparado para 120 militares, com recursos financeiros e tecnológicos empenhados .
Conclusão
O acordo entre Paraguai e Estados Unidos representa uma resposta contundente às ameaças de segurança transnacional que assolam a região da Tríplice Fronteira. A criação de um centro antiterrorista com apoio do FBI, aliados ao investimento em infraestrutura e treinamento especializado, reforça a mensagem de que o combate ao crime organizado e ao terrorismo será uma prioridade regional e internacional.
Este movimento amplia a cooperação na área de segurança e sinaliza um novo patamar nas estratégias de prevenção e atuação conjunta entre os países envolvidos.

