Brasília, 20 de agosto de 2025 — Poucas horas após a instalação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga as fraudes no INSS, já foram protocolados 213 requerimentos pelos parlamentares. Entre eles, destaca-se o pedido de quebra dos sigilos bancário e fiscal de José Ferreira da Silva — conhecido como Frei Chico, ministro sindicalista e irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — e do ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT) .
A maioria dos requerimentos foi apresentada pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), em meio à intenção de aprofundar a apuração sobre os possíveis beneficiários e operadores do esquema de irregularidades no INSS .
Contexto da investigação
A CPMI foi oficialmente instalada pelo Congresso nesta quarta-feira (20), com intuito de apurar o suposto esquema de descontos irregulares realizados por sindicatos e associações sobre aposentadorias e pensões. A iniciativa ocorre em meio à intensa repercussão da “Operação Sem Desconto”, deflagrada em abril, que revelou fraudes estimadas em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024 .
No caso específico de Frei Chico, embora o vice-presidente do Sindnapi — sindicato alvo da investigação — esteja ligado à entidade que aumentou sua arrecadação de R$ 17 milhões em 2019 para R$ 90 milhões em 2023, ele não figura como investigado direto .
Por sua vez, Carlos Lupi foi exonerado do cargo de ministro da Previdência em maio, após denúncias de fraudes e suspeitas que atingiram a estrutura do INSS .
Repercussão e desdobramentos políticos
- Pressão eleitoral e institucional: A oposição tenta ampliar o escopo da CPMI, incluindo figuras ligadas ao sindicato, para fortalecer o cerco político ao Planalto.
- Defesa de Frei Chico: Embora estivesse em posição de liderança no Sindnapi, não consta que ele seja alvo direto das investigações — mas sua proximidade com Lula e o contexto de aumento de arrecadação geram forte atenção política e midiática.
- Carlos Lupi e o governo: A saída do ex-ministro não interrompeu o ímpeto da CPI; seu nome agora figura entre os que podem ter sigilos quebrados, pressionando ainda mais o governo .

