Rui Costa fala sobre substituir laranja por opção mais acessível

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Ministro disse que governo pode reduzir imposto de importação de alimentos que estiverem mais baratos no exterior


Foto: PR/Ricardo Stuckert


Nesta sexta-feira (24), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, sugeriu que, caso os preços da laranja subam ainda mais, a população poderia considerar substituir a fruta por outras alternativas mais acessíveis. A declaração foi dada durante uma entrevista, na qual o ministro abordou a possibilidade de o governo federal reduzir o imposto de importação sobre alimentos que estão apresentando preços significativamente mais altos no Brasil em comparação com o mercado internacional.


No entanto, Rui Costa fez questão de explicar que, em alguns casos, a alta de preços não é um fenômeno isolado do Brasil, mas afeta também outros países ao redor do mundo. Ele destacou o caso da laranja, cujos preços estão elevados não só no Brasil, mas também em grandes produtores como os Estados Unidos, devido a uma redução na produção global, causada principalmente por surtos de doenças nas plantações.


– Existem commodities que estão caras mundialmente, e a laranja é um exemplo claro disso. Diversos jornalistas econômicos têm destacado que a produção de laranja nos Estados Unidos caiu drasticamente devido a uma doença que atingiu as plantações naquele país, um dos maiores produtores do mundo. E aqui no Brasil, em São Paulo, que também é um grande polo produtor de laranja, a situação não é diferente – detalhou o ministro.


Rui Costa, então, argumentou que, nesses casos, a redução dos impostos de importação não teria um impacto significativo na queda dos preços, uma vez que a escassez global da fruta mantém os custos elevados. Ele sugeriu que, em vez de tentar baixar o preço da laranja, o governo poderia incentivar a população a consumir outras frutas, cujos preços estivessem mais estáveis ou acessíveis.


– O preço internacional da laranja está tão elevado quanto no Brasil, então não adianta baixar o imposto de importação porque o produto não está disponível em grande quantidade lá fora para ser trazido aqui. A solução mais simples seria trocar de fruta. Se a laranja estiver cara, podemos consumir outras frutas que, provavelmente, estarão com preços mais acessíveis. O importante é buscar alternativas – afirmou Rui Costa.


O ministro também fez um esclarecimento sobre a abordagem do governo em relação à política de preços. Durante a reunião, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros ministros, como Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Fernando Haddad (Fazenda) e Esther Dweck (Gestão), foi discutida a maneira mais eficaz de lidar com o aumento no custo dos alimentos.


Na conversa com jornalistas, Rui Costa também fez questão de enfatizar que o governo não pretende adotar medidas econômicas drásticas ou intervencionistas, como congelamento de preços ou tabelamento de produtos. O ministro descartou, de forma enfática, qualquer tipo de intervenção agressiva no mercado, dizendo que o governo prefere agir de maneira mais pragmática.


– Quero deixar claro e reafirmar: nenhuma medida heterodoxa será adotada. Não haverá congelamento de preços, tabelamento de alimentos, nem fiscalização severa sobre os preços nos supermercados. O presidente Lula até brincou durante a reunião, dizendo que não teremos ‘fiscal do Lula’ nos supermercados ou nas feiras. A nossa estratégia não é criar uma rede estatal de supermercados ou estabelecer um controle rígido nos mercados. O foco está em buscar alternativas mais racionais e eficazes – concluiu o ministro.

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