Sinval de Oliveira viveu 35 anos no país norte-americano
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Foto: Frame de vídeo / X / Metrópoles |
Sinval de Oliveira, um dos brasileiros deportados dos Estados Unidos pelo governo Trump, foi condenado em 2022 a cinco anos de prisão federal pela Justiça da Califórnia. Ele foi acusado de estar envolvido em um esquema de lavagem de dinheiro no valor de pelo menos 5 milhões de dólares (aproximadamente R$ 29,35 milhões). De acordo com o United States Attorney’s Office, órgão equivalente ao Ministério Público brasileiro, Sinval se declarou culpado em 4 de março de 2022.
Investigações conduzidas pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS) e pelo Federal Bureau of Investigation (FBI) revelaram que o brasileiro fazia parte de uma série de fraudes com foco em empresas de diversos portes. Os criminosos convenciam os funcionários das empresas a entregarem grandes quantias de dinheiro a falsos transportadores de valores, sob argumentos fraudulentos.
Esquema de lavagem de dinheiro
Em 2 de dezembro de 2020, Sinval viajou para Milwaukee, onde recebeu 243 mil dólares (R$ 1,4 milhão) em receitas de fraude, oriundas dos réus Moises Amezcua-Cardenas e Mario Amezcua-Cardenas. Após receber o dinheiro, ele fez uma série de depósitos em caixas eletrônicos em vários bancos da região, utilizando um método que dificultava o rastreamento, já que não era necessário apresentar identificação.
O dinheiro foi depositado em uma conta bancária “de funil”, sem qualquer propósito legítimo além de ocultar os rendimentos de atividades ilícitas. Posteriormente, os valores eram transferidos para outras contas bancárias e enviados para fora dos Estados Unidos.
Comissão pela lavagem de dinheiro
Segundo as investigações, Sinval recebia uma comissão pelos valores que lavava. O juiz William M. Conley, ao julgar o caso, concluiu que a fraude fazia parte de um esquema mais amplo de lavagem de dinheiro que operava em todo o país. O valor total lavados por Sinval foi estimado em pelo menos 5 milhões de dólares.
Em sua sentença, o juiz levou em consideração vários fatores, incluindo o fato de que o brasileiro já estava em liberdade condicional por outro crime na Califórnia na época do delito e sua conduta ter sido mais grave do que a de seus coacusados. Além disso, ele indicou que Sinval provavelmente seria deportado de volta ao Brasil após cumprir sua pena.
Deportado e entrevistado no Brasil
Sinval ganhou atenção no Brasil após ser deportado de volta ao país na última sexta-feira (24), junto com outros imigrantes ilegais. Ao chegar em Manaus, no Amazonas, ele foi entrevistado pelo portal Metrópoles, e afirmou que viveu nos Estados Unidos por mais de 30 anos.
“Morei nos Estados Unidos por 35 anos e cheguei aqui com esse incidente. Recebemos toda a assistência rapidamente e só tenho a agradecer a todos da equipe do Corpo de Bombeiros e de Direitos Humanos”, disse Sinval.
Após a publicação da entrevista, usuários da plataforma X (antigo Twitter) usaram o recurso de “notas da comunidade” para apontar os crimes de Sinval, destacando que o caso precisava ser amplamente exposto como parte de um “contexto necessário”