“Tem grande potencial de crescimento”, afirma Alckmin sobre as relações comerciais com os EUA após a vitória de Trump

Caio Tomahawk
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Alckmin destaca potencial de crescimento nas relações comerciais com os Estados Unidos




O vice-presidente do Brasil, Geraldo Alckmin, reafirmou nesta quinta-feira (7) a confiança no fortalecimento das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, mesmo com a eleição de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Segundo Alckmin, as relações entre os dois países são fundamentadas em princípios de Estado e não em questões pessoais, o que garante sua continuidade e ampliação independentemente das posições políticas dos líderes. A declaração foi feita após o evento de lançamento do programa Raízes Comex, voltado para a inclusão de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior.


De acordo com o vice-presidente, o Brasil tem uma longa tradição de amizade e complementação econômica com os Estados Unidos, que é um dos principais parceiros comerciais do Brasil. Ele destacou que as duas nações têm muito a ganhar com a continuidade da parceria. “As relações comerciais entre Brasil e EUA têm tudo para crescer, é um ganha-ganha”, afirmou. Alckmin acredita que o crescimento da parceria entre os países será benéfico para ambos, destacando que o relacionamento bilateral vai além das preferências pessoais de líderes, pois é sustentado por interesses econômicos sólidos e de longo prazo.


Em sua publicação no X (antigo Twitter), Alckmin também parabenizou Donald Trump pela vitória nas eleições presidenciais americanas, ressaltando sua expectativa de que o novo governo contribua para a promoção da paz, do desenvolvimento econômico e social, além de uma ampliação das relações entre os dois países. O vice-presidente reiterou que o Brasil tem muito a contribuir com os Estados Unidos, especialmente nas áreas de comércio e investimentos.


Desafios e Oportunidades com a Postura Protecionista de Trump


Embora Alckmin tenha sido otimista quanto ao futuro das relações Brasil-EUA, a vitória de Donald Trump traz desafios, especialmente devido à sua postura mais protecionista. Durante sua campanha, Trump defendeu a imposição de tarifas sobre produtos importados, o que poderia afetar as exportações brasileiras para os Estados Unidos. Em 2023, os Estados Unidos foram o segundo maior destino das exportações brasileiras, atrás apenas da China, com um volume de US$ 36,9 bilhões em bens importados do Brasil.


O protecionismo de Trump é uma preocupação para muitos países que dependem do mercado americano. O republicano já sinalizou que, caso vença, imporá tarifas de ao menos 10% sobre todos os produtos importados, uma medida que poderia aumentar o custo das exportações brasileiras. No entanto, para Alckmin, os laços econômicos entre Brasil e Estados Unidos são robustos e têm o potencial de se expandir, mesmo em face dessas possíveis barreiras. Ele acredita que o Brasil pode adaptar-se às novas condições do mercado global e explorar oportunidades em diversas áreas, como investimentos e serviços, que são setores onde a complementariedade entre os dois países é forte.


O vice-presidente também ressaltou que as relações comerciais são, acima de tudo, um reflexo de interesses nacionais, que ultrapassam os ciclos eleitorais e as agendas individuais de governantes. O Brasil, com sua economia diversificada e mercados dinâmicos, possui uma base sólida para continuar mantendo e até ampliando sua presença no mercado norte-americano, mesmo com desafios econômicos e políticos.


Lançamento do Programa Raízes Comex: Inclusão e Capacitação no Comércio Exterior


Durante o evento em que comentou as relações Brasil-EUA, Alckmin também participou do lançamento do programa Raízes Comex, uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Ministério da Igualdade Racial. O programa visa ampliar a participação de empresas lideradas por pessoas negras no comércio exterior brasileiro, um setor predominantemente composto por empresários de outros perfis.


Através de cursos de capacitação, consultorias e pacotes de incentivos, o Raízes Comex busca qualificar essas empresas para atuarem no mercado internacional e melhorar sua competitividade. A iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla do governo para promover maior inclusão racial no setor privado, especialmente nas áreas de exportação e importação.


Durante o evento, foi apresentado um estudo inédito sobre a participação de trabalhadores negros e pardos nas empresas de comércio exterior. O levantamento revelou que, embora tenha havido um aumento na presença dessa população nos últimos anos, ela ainda ocupa apenas 8,9% dos cargos de direção e 21% dos cargos de gerência. A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a importância da diversidade nas empresas e afirmou que negócios mais diversos são também mais bem-sucedidos. “Estudos como esse mostram que, se você tiver uma empresa mais diversa, o seu negócio é mais forte”, afirmou Anielle Franco.


O programa Raízes Comex reflete um esforço do governo brasileiro para tornar o comércio exterior mais inclusivo e promover uma economia mais justa, onde empresas lideradas por pessoas negras tenham maiores oportunidades de se inserir e se expandir no mercado global. Com isso, o Brasil espera não apenas fortalecer suas relações comerciais, mas também garantir que o crescimento econômico seja mais equitativo e representativo da diversidade do país.


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