As declarações foram feitas na sexta-feira, 11, durante a visita de Nunes à Feira do Empreendedor 2024, evento promovido pelo Sebrae-SP. Desde o início de sua campanha, a presença de Bolsonaro, que é seu apoiador oficial e responsável pela indicação de Mello, gerou questionamentos. Isso se deve, em parte, aos sinais ambíguos que o ex-presidente enviou ao influenciador Pablo Marçal, cujo crescimento nas pesquisas trouxe incertezas para a candidatura de Nunes.
Nos últimos dias, a campanha de Nunes começou a apresentar um desempenho mais positivo nas pesquisas, o que é atribuído, em grande parte, ao horário eleitoral que destaca sua gestão e à participação do governador Tarcísio de Freitas. Contudo, a associação com Bolsonaro tem sido vista com cautela, especialmente considerando a rejeição do ex-presidente na capital paulista.
Em sua fala, Nunes expressou seu desejo de conquistar o eleitorado que apoiou Marçal, mesmo sem querer que o influenciador estivesse ao seu lado na campanha. Ele acredita que é possível atrair esses votos com propostas voltadas ao empreendedorismo e um discurso mais direcionado aos jovens eleitores. O prefeito também mencionou a busca por apoio do governador, que tem se reunido com vereadores eleitos recentemente e que, anteriormente, apoiavam Marçal. Tarcísio se encontrou com Lucas Pavanato, Sargento Nantes e Rubinho Nunes, em uma reunião não oficial no Palácio dos Bandeirantes.
Apesar de ser um ex-aliado de Rubinho Nunes, a relação entre eles esfriou após o vereador declarar apoio a Marçal em agosto. Nunes, em suas declarações, enfatizou que não gostaria de se associar ao vereador e que seu foco está em conquistar os eleitores de Marçal, que, segundo ele, reconhecem que sua candidatura representa a direita e prioriza a questão dos empreendedores.
A estratégia de Nunes parece ser um esforço consciente para ampliar sua base de apoio, especialmente em um cenário onde a polarização política é forte. Ele está buscando atrair eleitores que se sentem descontentes com a atual situação e que buscam alternativas viáveis para a cidade. Essa abordagem pode ser um reflexo das tensões dentro de sua própria coalizão, onde a concorrência por votos se intensifica, especialmente em um segundo turno.
Com a campanha se aproximando de seu clímax, a presença de Bolsonaro pode ser um fator decisivo, mas também arriscado. A popularidade do ex-presidente é uma faca de dois gumes, especialmente em uma cidade como São Paulo, onde sua imagem não é amplamente positiva. Para Nunes, o desafio será capitalizar o apoio sem alienar eleitores que possam estar hesitantes em se associar a figuras políticas que geraram divisões.
A eleição em São Paulo não é apenas uma disputa local; ela reflete as dinâmicas políticas nacionais. O apoio de Bolsonaro é um ativo que Nunes precisa manobrar com cuidado, equilibrando a necessidade de se alinhar a forças conservadoras enquanto também tenta ampliar seu apelo a um eleitorado mais amplo e diversificado.
À medida que o dia da votação se aproxima, o café da manhã com Bolsonaro será um momento crucial. Será uma oportunidade para Nunes mostrar união e força ao lado de uma figura proeminente da política brasileira, mas também exigirá que ele equilibre suas alianças com as expectativas de um eleitorado que pode não ver o ex-presidente como um trunfo.
Assim, a eleição promete ser um reflexo não apenas das preferências locais, mas também das complexas interações e alianças que moldam a política nacional. O próximo encontro será um teste de como Nunes pode utilizar suas associações para galvanizar apoio, enquanto navega por um panorama político que se apresenta cada vez mais desafiador.