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Foto:Stf |
Durante sessão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (6), o ministro Alexandre de Moraes voltou a demonstrar incômodo com os numerosos pedidos de suspeição apresentados contra ele em diversos processos — inclusive nos que envolvem a suposta tentativa de golpe de Estado. Moraes admitiu ficar “magoado” com a situação, revelando um lado pessoal pouco usual para alguém na posição de magistrado.
“Fico extremamente magoado, porque, quando surge o nome do ministro Fux, ninguém pede a suspeição dele. Quando aparece o meu nome, são 868 pedidos de suspeição. Suspeito é quem está pedindo a minha suspeição. É impressionante”, afirmou Moraes, insinuando que as suspeitas contra ele seriam injustificadas e motivadas por interesses escusos.
A declaração veio após o ministro Luiz Fux mencionar uma investigação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre as urnas eletrônicas, classificando-a como “bisbilhotagem ridícula”. Aproveitando a deixa, Moraes comparou a repercussão negativa em torno de seu nome à do colega, sem autocrítica sobre o papel que ele mesmo desempenha nas tensões institucionais.
O comentário foi feito durante o julgamento do núcleo 4 — grupo investigado por suposta articulação golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou sete pessoas por promover desinformação e espalhar notícias falsas sobre o sistema eleitoral: Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Carlos César Moretzsohn Rocha, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Marcelo Araújo Bormevet e Reginaldo Vieira de Abreu.