O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve um almoço nesta quarta-feira (4) com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em um encontro realizado na casa do assessor e ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fábio Wajngarten. O evento aconteceu no bairro de Higienópolis, na região central da capital paulista, e contou com a presença de aliados políticos do líder conservador, que estavam reunidos para discutir temas relacionados ao cenário político atual e às perspectivas para as próximas eleições.
Entre os participantes do almoço estavam o ex-ministro de Minas e Energia Adolfo Sachsida, o empresário Renato Araújo, o advogado Daniel Tesser e o bispo Rodovalho, presidente da Igreja Sara Nossa Terra. De acordo com Wajngarten, o encontro foi marcado por um forte tom crítico ao governo atual, especialmente em relação aos aspectos econômicos e políticos da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ex-secretário de Comunicação revelou que o grupo expressou unanimemente seu descontentamento com o que consideram ser um "desastre econômico e político" sob a atual administração.
Ricardo Nunes, por sua vez, destacou em sua fala o sucesso de sua própria eleição, que ocorreu com uma vitória expressiva de 59,35% dos votos, contra 40,65% obtidos por Guilherme Boulos, do PSOL. O prefeito enalteceu a estratégia de aliança entre a direita e o centro como um fator decisivo para sua vitória nas urnas, o que foi endossado por todos os presentes no encontro. A continuidade dessa aliança foi vista como fundamental para a construção de uma base política sólida para as eleições de 2026, com a expectativa de consolidar o apoio de diferentes setores do espectro político.
A ausência do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi notada, embora tenha sido justificada pela sua agenda em Brasília. Tarcísio, que é aliado de Bolsonaro, foi representado no almoço pelo secretário de Gestão e Governo Digital de São Paulo, Caio Mario Paes de Andrade. A presença de Paes de Andrade no encontro demonstra a continuidade da aproximação entre o grupo de Bolsonaro e o governo estadual de São Paulo.
Outro convidado que não pôde comparecer foi o vice-prefeito eleito, coronel Ricardo Mello Araújo (PL), que também estava em compromisso fora da cidade. Apesar dessas ausências, o almoço foi visto como um momento de alinhamento entre importantes figuras políticas da direita, que discutiram, além das críticas ao governo federal, possíveis caminhos para fortalecer suas bases e expandir a influência nas próximas disputas eleitorais.
O encontro também serviu para reforçar a ideia de que a aliança entre a direita e o centro deve continuar a ser uma estratégia central para os próximos anos. A presença de diferentes lideranças políticas e empresariais no evento destacou a tentativa de consolidar uma frente ampla de apoio à oposição, com o objetivo de enfrentar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e construir uma alternativa para 2026.
Embora o almoço tenha ocorrido de forma discreta, os bastidores do encontro revelam um movimento estratégico em torno de um projeto político que visa reunir forças para as eleições futuras, com foco na construção de um governo alternativo à atual gestão. A proposta de unir forças da direita com o centro e de manter uma frente de oposição coesa ao governo Lula aparece como uma tática consolidada para os próximos anos, especialmente no contexto das eleições municipais de 2024 e das presidenciais de 2026.
O encontro em Higienópolis, portanto, não foi apenas um momento de confraternização, mas uma oportunidade para discutir os rumos da política brasileira, especialmente em um cenário de polarização crescente. A reunião reflete a contínua movimentação de aliados de Bolsonaro em busca de fortalecer suas posições e ampliar sua influência, enquanto se preparam para os desafios eleitorais que virão nos próximos anos.