O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou nesta segunda-feira (2) que o país responderá com determinação aos recentes ataques realizados pelo grupo xiita Hezbollah, que disparou dois projéteis em direção a uma área disputada na fronteira entre Israel e o Líbano. Os ataques, ocorridos no domingo (1º), foram classificados como uma grave violação do cessar-fogo estabelecido na última quarta-feira (27).
Netanyahu, em declaração emitida por seu gabinete, afirmou que o compromisso de Israel é manter o cessar-fogo, mas advertiu que qualquer violação, independentemente de sua magnitude, será tratada com firmeza. Ele enfatizou que o país está pronto para agir contra ameaças e garantir sua segurança, enquanto busca dissuadir futuras provocações por parte do Hezbollah.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, reforçou a posição do governo ao afirmar que qualquer violação ao acordo de cessar-fogo será enfrentada com força. Gallant destacou que Israel não aceitará um retorno à situação de insegurança que existia antes do início do conflito mais recente. Ele mencionou que o país está determinado a evitar que o Hezbollah mantenha posições ao longo da fronteira, um cenário considerado intolerável pelas autoridades israelenses.
No domingo, as Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram o lançamento de dois projéteis pelo Hezbollah, marcando o primeiro incidente desse tipo desde a implementação do cessar-fogo. Em resposta, Israel teria realizado bombardeios nas cidades libanesas de Yaroun, Maron al-Ras e Hanin, próximas à fronteira. Embora a Agência Nacional de Notícias do Líbano tenha relatado os bombardeios, as IDF ainda não reconheceram oficialmente os ataques.
O chefe do Estado-Maior israelense, Herzi Halevi, visitou a região sul do Líbano nesta segunda-feira, acompanhado de oficiais militares, para avaliar a situação. Halevi afirmou que Israel já tem planos prontos para responder a futuras violações e garantiu que qualquer nova ameaça será enfrentada de maneira imediata e eficaz. Ele também destacou que o país está preparado para atuar em qualquer momento e local que considere necessário para proteger seus cidadãos e sua soberania.
O Hezbollah assumiu a responsabilidade pelos disparos em um comunicado no qual alegou que o ataque foi uma “resposta defensiva de alerta antecipado”. Segundo o grupo, os projéteis foram direcionados a uma posição israelense em Ruwaisat al Alam, localizada na disputada área de Kfar Shuba, próxima às fazendas Shebaa. Essas terras, chamadas de Monte Dov por Israel, ficam nas Colinas de Golã, território sírio ocupado. No comunicado, o Hezbollah acusou Israel de repetidas violações ao acordo de cessar-fogo e justificou sua ação como necessária para preservar sua integridade.
A escalada ocorre em um momento delicado para a região, com os recentes esforços de mediação internacional para estabilizar a relação entre Israel e o Líbano. A presença do Hezbollah ao longo da fronteira tem sido um ponto de tensão constante, com Israel frequentemente denunciando as atividades do grupo como ameaças à sua segurança nacional.
Os recentes ataques reacendem o temor de uma nova escalada do conflito, que poderia envolver não apenas Israel e o Hezbollah, mas também outros atores regionais e internacionais. Para analistas, o cessar-fogo, embora frágil, é crucial para evitar uma intensificação do conflito que possa levar a uma guerra de maiores proporções. Ainda assim, a desconfiança mútua entre as partes dificulta qualquer avanço significativo em direção a uma paz duradoura.
O cenário permanece tenso, com trocas de acusações e ações militares pontuais que aumentam a imprevisibilidade da situação. Enquanto Israel reforça suas defesas e promete retaliar quaisquer atos de agressão, o Hezbollah continua a desafiar o status quo na fronteira, justificando suas ações como uma resposta à suposta violação do cessar-fogo por parte de Israel. A comunidade internacional observa com preocupação, enquanto tenta manter abertas as vias de diálogo que possam evitar um confronto mais amplo e devastador.