Mauro Cid nega envolvimento em suposto plano de assassinato contra Lula, Alckmin e Moraes
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, prestou depoimento à Polícia Federal nesta terça-feira (19) em Brasília. Ele negou ter conhecimento de um suposto plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. O depoimento de Cid encerra a fase de investigações da PF em um inquérito que apura tramas golpistas envolvendo figuras ligadas ao governo Bolsonaro.
A investigação, que está em seus momentos finais, deve ter seu relatório encaminhado ao Supremo Tribunal Federal até o final deste mês. Até o momento, mais de 11 pessoas foram indicadas para indiciamento, incluindo militares e ex-ministros. Entre os nomes ouvidos nas últimas semanas pela Polícia Federal estão o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e generais do Exército, que também prestaram esclarecimentos sobre o caso.
Mauro Cid, atualmente delator, foi chamado a depor após a coleta de dados apagados de dispositivos eletrônicos que indicavam um suposto planejamento do atentado em dezembro de 2022. Durante o interrogatório, que durou cerca de cinco perguntas, o tenente-coronel afirmou não ter ciência do plano. O conteúdo do depoimento é considerado crucial para a conclusão do inquérito, que será analisado pelo STF.
Detalhes do caso
As suspeitas surgiram após a recuperação de dados eletrônicos que indicavam a existência de um plano para atentar contra as vidas de Lula, Alckmin e Moraes. A PF encontrou os registros em dispositivos que haviam sido formatados ou apagados, o que levantou dúvidas sobre possíveis tentativas de ocultar evidências. Cid, que ocupou uma posição de confiança no governo Bolsonaro, foi identificado como uma figura-chave para esclarecer as circunstâncias por trás dessas informações.
Nos últimos meses, as investigações avançaram com a análise de documentos, mensagens e equipamentos eletrônicos de pessoas próximas ao ex-presidente. Além de Mauro Cid, figuras políticas e militares foram ouvidas para esclarecer possíveis conexões com o suposto plano golpista. O inquérito gerou grande repercussão e expectativa por parte da sociedade e de autoridades, dada a gravidade das acusações.
Conexões com outras investigações
Esse depoimento ocorre em meio a outros desdobramentos envolvendo figuras próximas a Jair Bolsonaro. As investigações da Polícia Federal têm se concentrado em supostas tramas golpistas que teriam como objetivo desestabilizar as instituições democráticas no Brasil. A apuração abrange suspeitas de tentativa de golpe, ataques a autoridades públicas e uso indevido de informações sigilosas.
O caso envolvendo o plano de assassinato se soma a uma série de episódios que colocaram o governo Bolsonaro sob escrutínio. A investigação busca determinar se houve de fato um esquema articulado para comprometer a transição democrática no Brasil após as eleições de 2022.
Próximos passos
Com o fim da fase de depoimentos, a Polícia Federal agora trabalha para concluir o relatório final. O documento, que será encaminhado ao STF, deverá trazer detalhes sobre as apurações, os nomes envolvidos e as acusações formais. Segundo fontes próximas ao caso, as evidências apontam para uma ampla rede de envolvidos, mas os investigadores seguem cautelosos para garantir a robustez das acusações.
A expectativa é que o relatório final aponte os responsáveis por eventuais ações criminosas e encaminhe pedidos de indiciamento ao Supremo. Ainda não se sabe se novas etapas do processo serão necessárias após a apresentação do documento.
Repercussão
O depoimento de Mauro Cid e o avanço das investigações têm gerado debates acalorados nos meios políticos e jurídicos. Setores da oposição e apoiadores de Jair Bolsonaro têm criticado o inquérito, alegando perseguição política, enquanto aliados do governo Lula destacam a importância de investigar e punir eventuais ações golpistas.
A conclusão desse inquérito representa um marco nas investigações sobre os eventos que sucederam as eleições de 2022 e poderá ter implicações significativas para o cenário político brasileiro. Com o prazo de entrega do relatório se aproximando, cresce a expectativa por respostas claras sobre as alegações de conspiração contra a democracia no Brasil.
Enquanto isso, Mauro Cid permanece como uma figura central nas investigações, dado seu papel de confiança no governo Bolsonaro e sua posição como delator. Seu depoimento, embora negue envolvimento, será analisado cuidadosamente no contexto das evidências apresentadas. O desfecho do caso será determinante para avaliar a extensão das responsabilidades e possíveis punições relacionadas ao suposto plano golpista.