Marçal aconselha Bolsonaro a “cuidar da própria vida” e avisa que haverá consequências se as críticas persistirem

Caio Tomahawk
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Na quarta-feira, 30 de outubro, o ex-presidente Jair Bolsonaro expressou arrependimento por ter concedido uma medalha ao ex-candidato Pablo Marçal, do PRTB, em junho deste ano. Essa declaração gerou uma nova onda de tensões entre os dois, especialmente com a proximidade das eleições presidenciais de 2026. Em resposta, Marçal publicou um vídeo nesta sexta-feira, 1º de novembro, no qual criticou abertamente Bolsonaro e o aconselhou a seguir em frente com sua vida política.


No vídeo, Marçal, que já manifestou interesse em se candidatar à presidência em 2026, fez um apelo direto a Bolsonaro. Ele pediu que o ex-presidente se concentrasse em sua própria trajetória política e deixasse de lado as críticas direcionadas a ele. Marçal enfatizou que, caso Bolsonaro não encontrasse paz, o conflito entre eles poderia intensificar. “Bolsonaro, toca a sua vida aí, irmão, seja candidato. Deixa eu em paz aí. Estou falando sério, eu gosto de você, fica tranquilo”, disse Marçal, indicando que sua disposição para um confronto não é pessoal, mas ligada a questões políticas.


Marçal também destacou a atual situação de inelegibilidade de Bolsonaro, uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que impede o ex-presidente de concorrer até 2030. Ele criticou a estratégia de Bolsonaro de se posicionar como um antagonista, ao invés de buscar a elegibilidade para a próxima eleição. “Seu problema não é comigo não, é com o STF. Você tem que ser elegível pra disputar a eleição. Luta por isso e eu vou estar torcendo por você”, afirmou.


A relação entre Marçal e Bolsonaro começou a deteriorar-se ainda durante as eleições municipais deste ano, quando Marçal ficou em terceiro lugar na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Desde então, ambos trocaram acusações e descontentamentos. A declaração de Bolsonaro sobre a medalha, em que ele afirmou ter cometido um erro ao concedê-la, foi um ponto crucial nesse embate. Marçal, por sua vez, reagiu afirmando que devolveria a medalha, ressaltando a ruptura entre os dois.


Além das críticas, Marçal também exigiu que Bolsonaro devolvesse R$ 100 mil que investiu em sua campanha durante a disputa contra Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. O ex-presidente, ao comentar a doação, disse que ela foi feita “do coração” e lamentou que a direita tenha interpretado erroneamente seu apoio a Marçal. Bolsonaro fez questão de esclarecer que sua lealdade sempre foi com o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, do MDB, que foi reeleito recentemente.


Na reta final do primeiro turno da eleição municipal, quando Marçal não conseguiu se classificar para o segundo turno, ele condicionou seu apoio a Nunes a uma retratação pública de Bolsonaro. Essa exigência, segundo aliados do ex-presidente, marcou o fim de qualquer possibilidade de reaproximação entre os dois, criando um clima de rivalidade que parece ter se intensificado com os novos acontecimentos.


Diante desse cenário, a disputa pela liderança da direita no Brasil se acirra, com Marçal tentando se firmar como uma alternativa viável, ao mesmo tempo em que critica um dos principais nomes da política conservadora. A situação revela não apenas as divisões internas dentro do campo político que se opõe à esquerda, mas também a fragilidade das alianças que foram formadas durante as eleições passadas.


Com a perspectiva das eleições de 2026 se aproximando, tanto Marçal quanto Bolsonaro precisam encontrar suas posições dentro desse cenário, que se torna cada vez mais complexo. O futuro político de ambos poderá ser determinado por como gerenciarão suas relações e os conflitos que surgem, não apenas entre eles, mas também dentro de suas respectivas bases de apoio.


Bolsonaro, ainda sem se manifestar oficialmente sobre as recentes declarações de Marçal, enfrenta a pressão de sua inelegibilidade enquanto busca restabelecer sua imagem e influência no cenário político. Por outro lado, Marçal parece disposto a capitalizar essa situação, posicionando-se como um forte candidato em um campo político que já se mostrou volátil e repleto de surpresas. A dinâmica entre os dois pode ser um fator determinante para as movimentações políticas que ocorrerão nos próximos anos, à medida que o Brasil se prepara para mais um ciclo eleitoral.

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