Investigação da PF revela minuta golpista e cita envolvimento de Bolsonaro

Caio Tomahawk
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Na última terça-feira, dia 19, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Contragolpe”, que resultou na prisão de cinco integrantes de uma organização criminosa. O grupo é acusado de planejar o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo as investigações, o objetivo final dos envolvidos era orquestrar um golpe de Estado após o resultado das eleições presidenciais de 2022.


O caso trouxe à tona informações alarmantes, incluindo a menção de possíveis conexões entre os acusados e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Documentos obtidos pela Polícia Federal detalham as estratégias do grupo, que teriam sido lideradas pelo general Mario Fernandes, ex-assessor de Bolsonaro.


Planejamento e Evidências do golpe


A investigação revelou que o general Mario Fernandes teria sido o responsável por estruturar o plano em um documento nomeado “Punhal Verde e Amarelo”. Esse arquivo foi elaborado e atualizado em várias ocasiões, sendo encontrado pela Polícia Federal em formato digital. O conteúdo do documento descrevia ações clandestinas que incluíam as execuções de Lula, Alckmin e Moraes, além de estratégias para consolidar um golpe de Estado.


Um dos momentos cruciais destacados no relatório policial ocorreu em 6 de dezembro de 2022, quando Fernandes imprimiu o documento no Palácio do Planalto. No mesmo período, Jair Bolsonaro, então presidente da República, estava presente no local. Outros envolvidos, como Mauro Cid e Rafael de Oliveira, também foram localizados no entorno do palácio na mesma data, o que reforça as suspeitas de envolvimento coletivo no planejamento das ações.


Dois dias depois, em 8 de dezembro de 2022, Mario Fernandes foi registrado no Palácio da Alvorada, residência oficial de Bolsonaro, onde permaneceu por cerca de 40 minutos. Esse encontro adiciona mais um elemento à lista de indícios que ligam o ex-presidente aos supostos conspiradores.


Contexto e Desdobramentos


Ministros e analistas políticos acompanham o caso com atenção, especialmente devido à citação de Bolsonaro nos documentos investigativos. Embora ainda não haja uma acusação formal contra o ex-presidente, a proximidade dos eventos e a presença simultânea dos envolvidos levantam questionamentos sobre o grau de conhecimento ou participação dele no plano.


A operação segue investigando a extensão do esquema e outras possíveis ramificações, incluindo a conexão com setores militares e políticos que possam ter dado suporte à organização criminosa. Além das prisões, a PF apreendeu dispositivos eletrônicos e documentos que podem trazer novas informações ao caso.


O episódio reacendeu debates sobre a polarização política no Brasil e os riscos à estabilidade democrática. Autoridades destacaram a gravidade da situação, considerando o alto nível de ameaça representado pelo plano. Especialistas em segurança institucional afirmam que o caso é um dos mais sérios desde a redemocratização do país.


À medida que novas informações forem surgindo, a Polícia Federal e o Ministério Público prometem agir com rigor para responsabilizar todos os envolvidos, garantindo que tentativas de desestabilização democrática sejam amplamente investigadas e punidas.

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