Uma nova pesquisa realizada pelo instituto Quaest e divulgada neste domingo revela que, se as eleições presidenciais de 2026 fossem realizadas hoje, o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva lideraria com 32% das intenções de voto. O ex-coach Pablo Marçal, do PRTB, e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, aparecem em um empate técnico, com 18% e 15%, respectivamente. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, o que permite essa configuração competitiva.
No contexto da pesquisa, 18% dos entrevistados se declaram indecisos e outros 18% afirmam que votariam em branco ou nulo. Isso indica um cenário em que uma parcela significativa do eleitorado ainda não tem uma escolha definida, o que pode influenciar a dinâmica da campanha ao longo dos próximos anos.
Quando se analisa o eleitorado que votou em Jair Bolsonaro nas eleições de 2022, a disputa entre Marçal e Tarcísio se torna ainda mais acirrada. De acordo com os dados, 33% dos eleitores bolsonaristas indicam preferência por Marçal, enquanto 32% optam por Tarcísio. Lula, por sua vez, tem apenas 4% das intenções de voto entre esse grupo. Esse cenário mostra como a votação pode se dividir em função de diferentes candidatos, o que poderá ter implicações na estratégia eleitoral dos próximos anos.
Por outro lado, entre os eleitores de Lula, a situação é muito mais favorável ao presidente, que conta com 71% da preferência desse público. Marçal e Tarcísio aparecem com apenas 6% e 5%, respectivamente, indicando que Lula mantém um forte apoio entre seus próprios eleitores. A pesquisa também mostra que 11% dos eleitores de Lula estão indecisos, enquanto 8% optariam por não votar ou votar em branco/nulo.
Ao olhar para as intenções de voto nas diferentes regiões do país, Lula mantém uma vantagem considerável. Ele lidera em quase todas as regiões, embora no Sul haja um empate técnico com Marçal. No Sul, Lula registra 25% das intenções de voto, enquanto Marçal atinge 23% e Tarcísio apenas 13%. Nos demais locais, como Nordeste, Sudeste e na combinação Centro-Oeste/Norte, o presidente também se destaca como o preferido.
Entretanto, um dado importante a ser destacado é a percepção de uma parte do eleitorado mais pobre sobre a possível candidatura de Lula à reeleição. Entre os entrevistados que têm renda familiar de até dois salários mínimos, 56% afirmam que Lula não deveria ser candidato a um quarto mandato. Este número é significativo, especialmente quando comparado ao percentual de julho, quando 40% dos entrevistados expressavam a mesma opinião. Essa mudança sugere uma possível queda no apoio entre os mais pobres, com apenas 44% concordando que Lula deve tentar a reeleição, uma diminuição em relação aos 57% que defendiam sua candidatura há três meses.
A pesquisa foi realizada entre os dias 25 e 29 de setembro, com um total de 2.000 entrevistas. O índice de confiança é de 95%, o que confere um nível de credibilidade aos resultados apresentados. Contudo, o cenário político brasileiro é notoriamente dinâmico e pode ser influenciado por uma série de fatores, como eventos políticos, econômicos e sociais que podem ocorrer até a data das eleições.
Esses dados revelam um panorama ainda incerto para o pleito de 2026. Enquanto Lula se mostra forte entre seus apoiadores e em diversas regiões do país, a fragmentação do voto, especialmente entre os eleitores que costumavam apoiar Bolsonaro, pode criar uma competição acirrada. O embate entre Marçal e Tarcísio é um indicador de que, apesar da liderança de Lula, o cenário pode se modificar à medida que a eleição se aproxima.
A pesquisa Quaest, portanto, não só aponta um cenário favorável para Lula neste momento, mas também destaca a importância das alianças políticas e das mudanças nas preferências eleitorais que podem ocorrer nos próximos meses. Com um eleitorado ainda dividido e muitas questões em aberto, as estratégias de campanha e os discursos dos candidatos terão um papel crucial na definição dos rumos da eleição.